O amor nos deixa felizes com nós mesmos e faz com que queiramos nos dedicar inteiramente a outra pessoa. Queremos fazer diversas atividades juntos, compartilhar nossas vidas. Mas, e quando aquele por quem nos apaixonamos mora em outra cidade, estado, país? Existem casais que passam por isso, mas que apesar da distância, resolvem apostar no namoro porque percebem que o sentimento um pelo outro vale a pena ser vivido, é mais forte que a presença física constante.
A psicóloga Giselle Maestri, especializada em terapia relacional sistêmica e saúde da família, afirma que os casais aceitam este tipo de relacionamento “pelo vínculo afetivo e pela perspectiva de poderem ficar juntos no futuro. O tempo de duração desses relacionamentos varia de acordo com a maturidade emocional, qualidade desse vínculo, a possibilidade de efetivação dos projetos em conjunto e a habilidade em lidar com os conflitos (ciúmes, por exemplo)”, destaca.
Fernanda e Thomas Henrique: “percebi que eu não teria mais ele sempre por perto, que não teria sua companhia para almoçar, nem para caminhar no final de tarde na Beira-Mar”, conta ela
Fernanda Marangoni, assistente administrativa, e Thomas Henrique Pires, economista, ambos de 33 anos, em agosto completam quatro anos de namoro. Ela mora em Florianópolis, ele em São Paulo. O casal se conheceu aqui na Capital catarinense, enquanto ele vivia na cidade em função do mestrado que fazia na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Estavam na formatura da cunhada de Fernanda, quando se conheceram. Thomas tinha um amigo em comum com a formanda.
“No começo a Fernanda não me deu muita bola, mas depois conversamos bastante e ficamos”, diz Thomas. Demoraram dois meses até oficializar o namoro, e sabiam que mais cedo ou mais tarde ele teria que voltar para São Paulo. Depois de apenas quatro meses, veio a notícia: o banco que Thomas trabalha o chamou para retornar. Diante disso, e percebendo que seu relacionamento estava longe de terminar, resolveram continuar o namoro, mesmo à distância. “Desafiador. Essa é a palavra que defino. Queríamos encarar o desafio e saber até onde isso iria nos levar”, diz Fernanda.
Ela explica que “a ficha caiu algumas semanas depois. Percebi que eu não teria mais ele sempre por perto, que não teria sua companhia para almoçar, nem para caminhar no final de tarde na Beira-Mar”, conta. Nesses três anos e meio que estão namorando à distância costumam se encontrar em média uma vez por mês, normalmente durante o final de semana. A solução que chegaram é ligarem todos os dias à noite no mesmo horário, e nas outras horas compartilharem os acontecimentos pelo aplicativo WhatsApp.
Conversa no trânsito
Outro casal que se arriscou nesse tipo de relacionamento é a empresária Cristiane Moratelli e o advogado Danilo Provenzano Pereira, de 33 anos. No verão de 2011 ambos estavam em um congestionamento na Avenida Brasil, em Balneário Camboriú, cada um num carro, um ao lado do outro, quando o amigo de Danilo e a prima de Cristiane começaram a conversar pela janela. Então Cristiane e Danilo começaram a conversar também e marcaram de se encontrar mais algumas vezes. Apaixonaram-se e estão juntos há seis anos. Mas não foi simples assim. Cristiane morava em Florianópolis e Danilo em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. 1.300 km separavam os dois. O que fizeram? Em nome da paixão, resolveram tentar um relacionamento à distância.
Foi um grande desafio para eles
Chegaram a terminar algumas vezes por acharem que não daria certo. Várias brigas aconteceram por ciúmes, mas depois de um tempo acabaram aprendendo algumas lições: “Com a distância aprendemos que nenhum relacionamento sobrevive à falta de confiança. Mesmo que haja amor, sem confiança não vai para frente, é masoquismo viver um relacionamento com alguém que você não consegue confiar”, afirma Cristiane.
A empresária já havia namorado antes à distância por oito anos, e fazia dois meses que tinha se separado quando conheceu Danilo. Não pensava em se relacionar dessa maneira de novo, mas não houve jeito. Se arriscou e as coisas progrediram. Em junho de 2016 decidiram morar juntos. Ela saiu de Florianópolis e foi morar em Campo Grande. “Foi bem difícil deixar o trabalho, ficar longe dos meus pais, familiares e amigos. Mas o Danilo tenta ao máximo compensar essa falta, ele é extremamente carinhoso, protetor e companheiro. Sempre que dá vamos para Floripa; pretendemos nos mudar para aí em breve”, conta. Danilo salienta: “hoje felizmente moramos juntos e os problemas com saudade e ciúmes acabaram”.
Identificou-se com a história dos casais? Assista ao trailer do filme Amor à Distância
Por: Fernanda Amaral